sexta-feira, 6 de novembro de 2009

FAUSTO, MEU HERÓI!








Mano velho, quanto sofrimento
Chego a arrepiar
Quando começo a pensar
Nesse tormento!

Desde pequeno na cidade que se formava
Vendia picolé nas ruas
Pobrezinho já trabalhava!

Fim da tarde
A camisa branca, vermelha estava
O sol quente na cabeça não perdoava
O danado do nariz não agüentava e sempre sangrava

Volta e meia uma surra levava
Do velho Jango e outra parentada
Mas era criança
Na escola sempre aprontava
Ora batia, ora apanhava!
A irmã mais velha suas brigas sempre comprava

Quando cresceu a sua vida pouco mudou
O sofrimento sempre lhe acompanhou
No mundo das drogas se infiltrou
Por pouco a vida não acabou!

Mas antes de tudo isso
De nós sempre cuidou
Foi um paizão que sempre me amou
Caderno nunca me faltou!

Teve que se sacrificar para eu estudar
Ainda há tempo, nunca é tarde pra recomeçar

Quando perdido na droga estava
Pedia a Deus, rezava
Deus ouviu o meu clamor
Das drogas te livrou
Com uma nova família lhe presenteou!

Sei que carrega no peito uma culpa
Uma angustia que te faz sofrer
Não fica assim, procura esquecer
A nossa mãezinha não se foi por causa de você
Um dia todos nós também vamos morrer

No fundo você foi vítima da criação
Não teve jeito
Não teve opção

A sua escola foi o mundão
Que também torturou
Mas te ensinou uma profissão
Com ela sustentou eu e os meus irmãos

A sua vida vai levando
Tropeçando!
Caindo!
Levantando
Sacudindo a poeira e trabalhando!
Sustentando a família que te espera
De braços abertos você voltar
Você é o meu herói e de todos que estão por lá!


Di Freitas

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