domingo, 5 de junho de 2011

CICATRIZES



Declaro que fui senhor e possuidor de um escravo
De nome José Crioulo
Negro forte e valente como touro bravo
Valeu cada grama de ouro!

A sua força eu soube explorar
Até não mais aguentar
E num canto da senzala a implorar
A todos os santos para a vida lhe tirar!

Homem-coisa é o que foi!
Objeto de troca do homem branco
Açoitado vezes ao dia no maldito tronco
Confinado como se fosse boi!

Vendido por alguns contos de reis
Mercadoria nobre dos coronéis
Décadas de sofrimento
A lei Aurea pôs fim nesse tormento!

Cicatrizes marcadas no corpo viril
Assim era a vida do negro no Brasil!

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