quinta-feira, 13 de junho de 2013

SÓTER... EM BUSCA DA AGUA PERDIDA

 Campo Grande (MS) – O MUTECO – Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Ecológica, do Grupo Escoteiro Mário Dilson, visa despertar nos membros juvenis, chefia e população em geral, a conscientização para a preservação das matas ciliares, e da intervenção humana no processo de modernização, e utilização da água sem desperdício, tanto para a vida animal como para a vegetal, evitando poluí-la, levando o conhecimento adquirido com a pesquisa para a comunidade em geral e para a vida. 
A nascente do córrego Sóter está localizada no interior de uma voçoroca com afloramento do lençol freático, onde foi implantado o Parque Sóter, no seu entorno. O Parque Ecológico do Sóter foi inaugurado no fim de 2004, projetado como parque modelo, dispõe de área verde com 22 hectares, quadras poliesportivas, pista de skate e patinação, pista de caminhada, ciclismo e quiosque com churrasqueira. Em 2006 através da lei nº. 4432 recebeu o nome de “Francisco Anselmo Gomes de Barros” em homenagem ao Ambientalista que em 2005 ateou fogo ao próprio corpo para chamar a atenção contra um projeto que permitia a expansão das usinas de álcool na bacia do alto Paraguai. Idealizador da Fuconams (Fundação Para Conservação da Natureza do Mato Grosso do Sul) morreu poucos dias depois em virtude da gravidade dos ferimentos.

 O lago do Parque, formado pelo Córrego Sóter, não existe mais, devido ao assoreamento causado pela erosão em uma extensa área bem no meio do Parque. Na construção do parque faltou planejamento para que as águas fossem drenadas para um local adequado. A condição de assoreamento não se restringe ao Sóter, mas para todos os outros córregos da cidade, pois sofrem também dos mesmos problemas identificados no Sóter, como por exemplo, a água de fora entrando sem controle, lixo jogado no entorno e acaba entrando através das galerias e com a força das águas, causando prejuízos em virtude de falta de planejamento. 
 O Parque Sóter, fica em uma área de terras frágeis e mesmo que tenha passado por urbanização de fundo de vale, o solo do entorno é bastante arenoso. O parque Sóter sofreu alterações no seu habita natural, como desaparecimento de várias espécies de animais e com o assoreamento em virtude do grande volume de águas pluviais coletada pelo sistema de tubulações que não suportam, transbordam e acabam entrando pelo parque em virtude do declive do asfalto na Rua Antonio Rahe, levando para o leito do córrego grande volumes de terras em virtude da ausência da mata ciliar.  
 Embora esteja prevista no Plano Diretor, a preservação do meio ambiente em Campo Grande não foi levada em consideração quando da criação do parque Sóter, contrariando a legislação. O parque Sóter é um patrimônio da cidade e precisa ser preservado e recuperado imediatamente, pois corre o risco de perder parte da sua estrutura.
O Poder Publico,  deveria proteger o parque ecológico Sóter, mas acabou contribuindo na degradação quando aterraram parte da voçoroca com aterro impróprio cheios de plásticos, borrachas e metais que foram depositados e compactados, mas começam aparecer em virtude das chuvas que acabam levando todo esse material para o leito do Sóter. Os gestores do município ao conceder um projeto como os do Sóter não se atentaram para os critérios e planejamento, obrigando as ações de emergências de recuperação, tendo que investir em Mão de obra especializada e maquinas. 
 Campo Grande possui uma população bem maior do que há 10 anos. A execução de grandes obras de urbanização com novos empreendimentos habitacionais tem provocado à expansão da pavimentação asfáltica, contribuindo de forma acelerada do assoreamento dos córregos, que na capital chega a 33. Os construtores das torres para fugirem das compensações ambientais, como por exemplo, construírem praças, acessos de forma a minimizar o transito, a utilização do entorno, a destinação correta do lixo, o esgoto e a água que vai servir as dezenas de torres, de forma ladina usam as brechas da lei para fugirem dessas responsabilidades e com o aval da administração publica. O lado positivo são os empregos, tão grandes quanto os impactos ambientais.
O Grupo Escoteiro Mário Dilson, sob a Coordenação do Chefe Freitas neste projeto, tendo como assistentes os Chefes Carlos Alberto, Joana Perozzi, Edgar de Paulo, Loester Garcia, Flávio e Jaime Fontella, dividiram as atividades do Muteco em 5 fases: 
  • 1ª Fase: Sensibilização dos pais (reunião) e das crianças (visita técnica ao Sóter) acompanhadas do Doutor em Biologia José Milton Longo;
  • 2ª Fase: Elaboração e socialização dos relatórios enfatizando as causas da voçoroca no Parque;
  • 3ª Fase: Visita aos moradores do entorno conscientizando do problema e recolhendo assinaturas solicitando à Comissão Permanente da Câmara de Vereadores de Campo Grande-MS, medidas de manutenção e conservação do Parque Sóter e do entorno, bem como a distribuição de panfletos informativos;
  •  4ª Fase: Abraço solidário nos 22 hectares do Parque, com plantio de mudas no seu interior.
  •  5ª Fase: Os Membros Juvenis envolvidos no projeto, juntamente com os Chefes, farão a entrega do relatório e abaixo assinado na Câmara de Vereadores de Campo Grande, com audiência marcada.

   
 Com o projeto “Sóter... Em Busca da Agua Perdida”, o Grupo Escoteiro Mário Dilson, espera conseguir a conscientização dos membros juvenis, moradores, usuários do parque e toda sociedade para a importância da preservação das matas ciliares e fauna daquele espaço, da intervenção humana no processo de modernização e principalmente a sensibilização da Administração publica para recuperar a estrutura de captação e dissipação da drenagem do escoamento superficial, originada a montante da nascente, com condução ao leito natural, adequando às necessidades do local; Recuperar e implantar a mata ciliar nas margens do córrego Sóter, borda e taludes da voçoroca; Implantar barragens de Gabião para contenção de sedimentos e detenção de águas pluviais, reduzindo os picos de escoamento e auxiliando na minimização das inundações a jusante; Implantar dispositivos de prevenção do solapamento da base do talude, utilizando estruturas de bioengenharia com materiais nativos e/ou naturais; Desassorear o lago existente no local. Ações como o reflorestamento da mata ciliar com espécies nativas, Proteção de telas nas mudas para não serem destruídas pela capivaras, despoluição de suas águas e a intervenção da engenharia na via podem ajudar a manter o córrego vivo. O Parque Sóter precisa de você, abrace essa ideia! Dia 29 de junho de 2013, às 15 horas. Concentração no interior do Parque. Venha dar o maior abraço de Campo Grande!

 Fonte: 
Campo Grande News
Correio do Estado
Daniele Louise Cesquin Campos
José Milton Longo





  

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