Campo Grande MS) – O Parque das Nações Indígenas é uma das maiores áreas verdes de Campo Grande e possui uma posição geográfica privilegiada: altos da Avenida Afonso Pena. Considerado um dos maiores parques urbanos do mundo com 119 hectares é um amplo espaço para a prática do lazer e esportes diversos, como vôlei de areia, skate, futsal, pista de caminhada e de ciclismo; é um local seguro, pois no seu interior foi edificada uma Base Comunitária da Polícia Militar. Possui um restaurante cujo nome é Yotedy, que significa em Tupi-Guarani “Estrela”. No entorno do Parque existem residências de luxo, centro comercial, hospital e pavilhão de eventos. Diversos animais silvestres podem ser vistos a todo o momento, periquitos, araras, veados, cutias, cobras, tucanos e claro as capivaras, que fazem a alegria de crianças e adultos nessa belíssima reserva ambiental. Um dos principais córregos da nossa cidade, o córrego Prosa serpenteia pelas diversas pontes e é possível visualizar algumas espécies de peixes da região pantaneira. Bambu, manga, goiabeira, jenipapo, aroeira, são algumas espécies de arvores que formam sombras que convidam para um agradável piquenique.Mas infelizmente esse santuário ecológico está sendo usado inadequadamente para a realização de shows, como o que aconteceu no último domingo, 04/03, da Banda Restart, que levou para o interior do Parque das Nações um público estimado em 30 mil pessoas!! O evento denominado “Blink 2 Anos Um Show de Sustentabilidade”, promovido pela FM 102 para comemorar o seu segundo ano de existência; apesar da organização do evento tentar conscientizar o publico para a preservação daquele espaço, o que se viu foi um desrespeito com a fauna e a flora daquela que deveria ser uma reserva ecológica. O transito em torno do Parque ficou caótico aumentando significativamente a emissão de poluentes pela queima de combustível. Foram instalados Os “ecos pontos” , lugares com lixeiras, que se tornaram insípidas diante de tanto lixo produzido. A falta de consciência de pessoas que produziram o show e se divertiram com ele, deixou no parque um legado de restos de bebidas e alimentos, goma de mascar, plásticos e latas, que os animais na curiosidade acabam comendo e bebendo tudo aquilo. Diversas lixeiras estão danificadas e o contato dos animais com o lixo é constante, como o que presenciei hoje pela manhã com alguns Escoteiros do Grupo Mario Dilson; uma Cutia bem próxima a uma lata de cerveja, que estava quase cheia.O que se vê constantemente é um desrespeito ao Regulamento Interno do Parque das Nações Indígenas, conforme a portaria 165, de 23 de maio de 2011, do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul que proíbe, por exemplo, fazer uso de bebidas alcoólicas, molestar ou alimentar os animais, distribuição de materiais publicitários, no entanto condiciona a realização de espetáculos musicais à autorização do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, ou seja, quem deveria zelar pela preservação acaba descumprindo o seu próprio Regulamento. A dimensão do dano ambiental causado por esses eventos, a geração futura é quem poderá dizer, e o pior de tudo isso é que a sujeira não ficou restrita ao interior do Parque, nos altos da Avenida Afonso Pena, uma referencia da nossa cidade, estava repleta de lixo de todos os tipos. O som do evento podia ser ouvido a quilômetros; vale a pena lembrar que alguns animais possuem a audição mais apurada de quatro a seis vezes do que a do homem, como por exemplo, as corujas e veados. Falando em som, como podem proibir shows no Parque de Exposições Laucidio Coelho, por não estar em acordo com a lei ambiental e permitem shows dentro dessa reserva ecológica? 04 de março de 2012, uma data que não podemos esquecer, afinal de contas esse é o exemplo de sustentabilidade que deixaremos para as futuras gerações?
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